Reset

Triste. Desiludida. Magoada.

Confusa. Muito confusa.
Como pode alguém fazer-se passar por quem não é?

Onde está o homem que dizia sempre a verdade, que se revelava fragilizado, perdido e que não vinha pela luxúria, mas sim pelo sentimento?

Quem és tu, que capacidade de personificares outra pessoa é essa que tu tens que me fizeste acreditar num homem maduro mas com imensas fragilidades, que sabe o que quer mas esta enleado de nós referentes ao passado que não o deixam seguir caminho...aquele ser que precisa de espaço para se encontrar, para fortalecer o seu eu de modo a conseguir viver os 100% que tanto anseia?

Eu sempre me considerei uma pessoa inteligente, bastante assertiva no que concerne a descodificar pessoas, situações e saber o caminho a levar para chegar a bom porto.
No entanto, como qualquer pessoa apaixonada, acho que a razão desaparece, e o domínio passa a ser totalmente e só pelo coração! Talvez daí a minha cegueira e capacidade para ver-te como hoje te sei...

Sinto-me desiludida contigo, mas estou comigo também.

Foram meses a crer num homem, que num instante tudo o que te sabia se torna em nada, e vejo-te de um prisma completamente oposto!

Mesmo assim, depois de reunir factos que me mostram quem és afinal, o meu ser questiona-se. Fragilizado com toda esta confusão, questiona-se de como é isso possível? Como podes ter conseguido enganar-me tanto tempo?
Tudo o que fizeste parecia feito de coração.

Tu comunicaste mal e eu devo ter interpretado muito pior ainda...hoje sabendo tudo o que sei sobre ti, todas as tuas histórias iguais à minha, a existência de mais uma história a começar, e a coragem que tiveste em olhos nos olhos me mentir... a confusão é quem reina, a confusão abunda no que hei-de pensar...

Dói. Dói muito.
A única vontade é fechar os olhos com força e parar o tempo. Carregar no botão de "reset". Acordar, respirar fundo e ver este momento como fazendo parte do passado, apenas como uma experiência da qual sou capaz de tirar algumas lições.

A minha eu ainda não a conseguir concluir.

A tua é que tens de aprender a ser mais frontal com as pessoas, saber ser directo e não deixar portas abertas, quando na verdade para ti já estão mais que fechadas.

E mais, procura encontrar dentro de ti aquilo que me mostraste que eras. (Se me fizeste acreditar nisso talvez possa mesmo existir esse eu dentro de ti.) Nesse dia talvez consigas ser feliz. Até lá vais ser mais um na vida dos outros e na tua própria vida!

Quanto a nós...Reticências? NÃO! Ponto Final! Agora apercebo-me como existiam dois pontos a mais na nossa história!

Tu deixavas portas abertas, eu percebia reticências, pontuavas com ponto final e eu teimava em colocar reticências.
Hoje olho à minha volta e vejo que todos sabiam menos eu...

Espalhas reticências por onde passas... És de muitos lados e não és de ninguém!

A mim eu não quero que pertenças mais...

Onde está mesmo a tecla de "reset"?...